O termo síndrome do impostor se popularizou nos últimos anos. Ele costuma ser utilizado para designar aquelas pessoas que se sentem inseguras e incompetentes em suas carreiras. É comum que essas pessoas tenham pensamentos recorrentes sobre serem uma fraude ou sobre inferioridade e insuficiência.
Isso traz prejuízos diretos para a vida daquela pessoa, pois gera comportamentos como procrastinação, comparação, autodepreciação e autocrítica excessiva. Essas pessoas podem permanecer estagnadas na carreira por medo de arriscarem-se em novas situações e serem “descobertas” em suas limitações e falhas. Assim, a pessoa está sempre se escondendo para evitar ser vista como alguém incompetente.
Apesar de ser um termo muito popular, nós sabemos na Psicologia que Síndrome do Impostor não é um diagnóstico oficial. Também não é adequado o uso do termo “Síndrome”, que é usado para alguns diagnósticos em saúde mental.
Na verdade, a Síndrome do Impostor na psicologia é compreendida como um conjunto de crenças sobre si mesmo. As crenças são ideias fixas que construímos sobre nós mesmos no decorrer da vida. Elas são produto das nossas experiências desde a infância.
Isso quer dizer que desde a sua infância você pode ter construído essa ideia de que você é incompetente ou incapaz. Você também pode ter passado a se ver como alguém insuficiente ou inferior.
Geralmente, essas crenças impactam diferentes áreas da vida. Podemos dizer que, o que se popularizou como Síndrome do Impostor, são essas crenças aplicadas ao campo profissional. Mas provavelmente você que se sente incompetente na sua carreira vivencia esses mesmos pensamentos sobre incompetência em outras áreas da vida. Porque as crenças tendem a ser ideias fixas, rígidas e generalizadas sobre nós mesmos.
Ao entender a Síndrome do Impostor como um conjunto de crenças, então nós podemos utilizar o conhecimento da Terapia Cognitiva e Comportamental (TCC) para lidar com isso. Porque a TCC apresenta uma série de ferramentas para lidar com os nossos pensamentos e promover uma reestruturação de crenças.
Como falamos anteriormente, as crenças são construídas na nossa história de vida, mas geralmente elas são mantidas pelo seu contexto de vida atual. Ou seja, você que se sente incompetente provavelmente tem um conjunto de comportamentos que fazem com que você se sinta ainda mais incompetente. Por isso, um primeiro passo importante é identificar quais são os seus comportamentos que fortalecem essas crenças.
Por exemplo, você que se vê como incompetente pode estar constantemente evitando algumas atividades do seu trabalho por medo de se sentir incompetente. Só que quanto mais você evita essas atividades mais você se sente incompetente.
Para que você consiga sair desse impasse, existem 3 princípios que podem te auxiliar:
1 – Não se apegar tanto ao conteúdo dos teus pensamentos, entendendo que pensamentos são apenas pensamentos. Muitas vezes os nossos pensamentos não são a verdade. Para que isso seja possível, os exercícios de atenção plena podem auxiliar.
2 – Questione os teus pensamentos. Identifique quais as evidências contrárias e a favor a esse pensamentos? Não caia na armadilha de acreditar que um pensamento é verdadeiro apenas porque você sente que é verdadeiro.
3 – Acostume-se a agir em direção aos teus valores. Quando nos desconectamos dos nossos valores, começamos a agir apenas para evitar sentimentos desagradáveis. Coloque o seu foco em viver o que é importante para você.
Lembre-se que as recomendações contidas neste post são gerais. Apenas a psicoterapia pode oferecer estratégias individualizadas para modificar crenças. Por meio da psicoterapia, é possível fazer um trabalho profundo de reestruturação cognitiva para que você consiga modificar as tuas crenças sobre si mesmo e aumentar o seu bem-estar.
PSICÓLOGA CAROLINE BEZERRA MORAIS CRP 11/12158
